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Os alunos de Arquitetura da Rede de Ensino Doctum em Juiz de Fora participaram de um curso de bioarquitetura nos dias 7 e 8 de dezembro, no Centro de Engenharias. O curso foi ministrado pela arquiteta e bioconstrutora Flávia Gaio, em conjunto com o geólogo e bioconstrutor Evandro Cruz.
Durante os dois dias, através de atividades teóricas e práticas, eles inseriram os alunos no universo da bioarquitetura. Colocando, literalmente, a mão na massa, os alunos construíram uma instalação utilizando eucalipto, bambu e terra crua na estrutura, vivenciando a experiência da construção de uma parede de pau a pique.
Para entender o que é a bioarquitetura, é preciso primeiro compreendê-la como uma ramificação da Permacultura, conceito desenvolvido no começo dos anos 70 pelos australianos Bili Mollison e David Holmgren para descrever a transformação da agricultura convencional em permanente agricultura. Ou seja, é mais que agricultura ecológica ou orgânica, pois engloba economia, ética, sistemas de captação e tratamento de água, tecnologia solar, e, finalmente, bioarquitetura. Além disso, a permacultura requer planejamento, implantação e manutenção consciente de ecossistemas produtivos que tenham diversidade, estabilidade e resistência dos ecossistemas naturais. “A bioarquitetura utiliza o mínimo possível de resíduos sólidos na construção civil. Ela é feita com materiais in natura, ou seja, materiais retirados da própria natureza que cerca a obra”, explica Flávia.
Flávia comenta ainda que a maioria dos arquitetos das últimas décadas não teve contato com a área, mas que a bioarquitetura está sendo resgatada e surgindo com mais força, muito em função dos impactos sobre a natureza estarem sendo cada vez mais destrutivos e agravantes. “A bioarquitetura chama atenção do arquiteto para que ele conheça de perto o material. Isso contribui para que ele não seja um arquiteto que tenha apenas conhecimento de prancheta, computadores e materiais vistos já prontos na loja de construção. Mas que ele saiba com as próprias mãos cortar o bambu, sentir o ponto de uma massa de terra crua e montar a estrutura, pois isso traz pra ele uma vivência diferente, de caráter participativo”, opina.
A bioarquitetura passa a ganhar força depois que o arquiteto holandês Johan Van Lengen funda o Instituto Tibá (Tecnologia Intuitia e Bio-Arquitetura), em 1987, e aprofunda os estudos na área, especialmente após a publicação do seu livro “Manual do Arquiteto Descalço”, obra considerada pelos especialistas da área como referência para compreensão e emprego de tecnologias apropriadas em construção.
Para Evandro Cruz, a bioarquitetura completa a permacultura por ser um de seus instrumentos. “Ao trazer da bioarquitetura a ideia de se fazer um ambiente construído com materiais locais, não apenas sustentáveis, ela está complementando a ideia da permacultura, pois melhora a capacidade de um determinado espaço ou comunidade resistir a deformações externas. Enfim, partindo do pressuposto de que nossa vida urbana contemporânea é de baixíssima resiliência, ou seja, a menor pane dos sistemas pode causar um transtorno imenso, a permacultura vem exatamente com a proposta de aumentar essa resiliência”.
Ele explica as principais barreiras que a bioarquitetura enfrenta para se consolidar como alternativa à construção civil convencional. “O coração de ouro do mercado contemporâneo é o consumismo. Então, qualquer método que traga autonomia em relação ao sistema, seja ele dentro do ambiente construído, como a bioarquitetura, seja dentro da agricultura familiar, como a agrofloresta, vai ser combatido pela mídia, que é controlada pelos grandes empresários, e pela indústria da construção civil. Essa talvez seja a grande barreira” afirma.
“No entanto, a vantagem da bioarquitetura nesse combate é que ela não tem a pretensão de se tornar a arquitetura correta. Ela tem apenas a pretensão de ser utilizada para quem se abriu para isso, tem essa necessidade, e para trazer autonomia para essas pessoas”, contrapõe.
Segundo a professora e coordenadora do curso, Ana Carla Carvalho, a ideia da oficina de bioarquitetura é proporcionar ao aluno uma visão mais ampla das vertentes da profissão e do poder de integração de diversas áreas, visando a sustentabilidade.
A coordenadora afirma ser de fundamental importância conhecer os materiais que serão empregados na edificação. Portanto, é necessário ter consciência da procedência dos materiais, considerando todo o seu ciclo, pois todos os materiais de construção, em cada fase, utilizam energia e geram resíduos, uns mais, outros menos. “Com a oficina, os alunos tiveram contato com técnicas antigas, abrindo um leque de possibilidades que agregam conhecimento para suas escolhas projetuais, pois conhecer a procedência dos materiais de construção é mais uma condição para que sejamos consumidores conscientes. Utilizando materiais locais, estaremos construindo com o mínimo impacto ambiental”, completa.
A experiência foi considerada positiva pela aluna do 3º período de Arquitetura Fernanda Moura. “É tudo muito novo. Sair da sala de aula e aprender na prática os conceitos da bioarquitetura nos permite compreender que a arquitetura não se faz somente do escritório, e que podemos, sim, participar ativamente do processo construtivo”, pondera Fernanda.
Os alunos de Arquitetura da Rede de Ensino Doctum em Juiz de Fora participaram de um curso de bioarquitetura nos dias 7 e 8 de dezembro, no Centro de Engenharias. O curso foi ministrado pela arquiteta e bioconstrutora Flávia Gaio, em conjunto com o geólogo e bioconstrutor Evandro Cruz.
Durante os dois dias, através de atividades teóricas e práticas, eles inseriram os alunos no universo da bioarquitetura. Colocando, literalmente, a mão na massa, os alunos construíram uma instalação utilizando eucalipto, bambu e terra crua na estrutura, vivenciando a experiência da construção de uma parede de pau a pique.
Para entender o que é a bioarquitetura, é preciso primeiro compreendê-la como uma ramificação da Permacultura, conceito desenvolvido no começo dos anos 70 pelos australianos Bili Mollison e David Holmgren para descrever a transformação da agricultura convencional em permanente agricultura. Ou seja, é mais que agricultura ecológica ou orgânica, pois engloba economia, ética, sistemas de captação e tratamento de água, tecnologia solar, e, finalmente, bioarquitetura. Além disso, a permacultura requer planejamento, implantação e manutenção consciente de ecossistemas produtivos que tenham diversidade, estabilidade e resistência dos ecossistemas naturais. “A bioarquitetura utiliza o mínimo possível de resíduos sólidos na construção civil. Ela é feita com materiais in natura, ou seja, materiais retirados da própria natureza que cerca a obra”, explica Flávia.
Flávia comenta ainda que a maioria dos arquitetos das últimas décadas não teve contato com a área, mas que a bioarquitetura está sendo resgatada e surgindo com mais força, muito em função dos impactos sobre a natureza estarem sendo cada vez mais destrutivos e agravantes. “A bioarquitetura chama atenção do arquiteto para que ele conheça de perto o material. Isso contribui para que ele não seja um arquiteto que tenha apenas conhecimento de prancheta, computadores e materiais vistos já prontos na loja de construção. Mas que ele saiba com as próprias mãos cortar o bambu, sentir o ponto de uma massa de terra crua e montar a estrutura, pois isso traz pra ele uma vivência diferente, de caráter participativo”, opina.
A bioarquitetura passa a ganhar força depois que o arquiteto holandês Johan Van Lengen funda o Instituto Tibá (Tecnologia Intuitia e Bio-Arquitetura), em 1987, e aprofunda os estudos na área, especialmente após a publicação do seu livro “Manual do Arquiteto Descalço”, obra considerada pelos especialistas da área como referência para compreensão e emprego de tecnologias apropriadas em construção.
Para Evandro Cruz, a bioarquitetura completa a permacultura por ser um de seus instrumentos. “Ao trazer da bioarquitetura a ideia de se fazer um ambiente construído com materiais locais, não apenas sustentáveis, ela está complementando a ideia da permacultura, pois melhora a capacidade de um determinado espaço ou comunidade resistir a deformações externas. Enfim, partindo do pressuposto de que nossa vida urbana contemporânea é de baixíssima resiliência, ou seja, a menor pane dos sistemas pode causar um transtorno imenso, a permacultura vem exatamente com a proposta de aumentar essa resiliência”.
Ele explica as principais barreiras que a bioarquitetura enfrenta para se consolidar como alternativa à construção civil convencional. “O coração de ouro do mercado contemporâneo é o consumismo. Então, qualquer método que traga autonomia em relação ao sistema, seja ele dentro do ambiente construído, como a bioarquitetura, seja dentro da agricultura familiar, como a agrofloresta, vai ser combatido pela mídia, que é controlada pelos grandes empresários, e pela indústria da construção civil. Essa talvez seja a grande barreira” afirma.
“No entanto, a vantagem da bioarquitetura nesse combate é que ela não tem a pretensão de se tornar a arquitetura correta. Ela tem apenas a pretensão de ser utilizada para quem se abriu para isso, tem essa necessidade, e para trazer autonomia para essas pessoas”, contrapõe.
Segundo a professora e coordenadora do curso, Ana Carla Carvalho, a ideia da oficina de bioarquitetura é proporcionar ao aluno uma visão mais ampla das vertentes da profissão e do poder de integração de diversas áreas, visando a sustentabilidade.
A coordenadora afirma ser de fundamental importância conhecer os materiais que serão empregados na edificação. Portanto, é necessário ter consciência da procedência dos materiais, considerando todo o seu ciclo, pois todos os materiais de construção, em cada fase, utilizam energia e geram resíduos, uns mais, outros menos. “Com a oficina, os alunos tiveram contato com técnicas antigas, abrindo um leque de possibilidades que agregam conhecimento para suas escolhas projetuais, pois conhecer a procedência dos materiais de construção é mais uma condição para que sejamos consumidores conscientes. Utilizando materiais locais, estaremos construindo com o mínimo impacto ambiental”, completa.
A experiência foi considerada positiva pela aluna do 3º período de Arquitetura Fernanda Moura. “É tudo muito novo. Sair da sala de aula e aprender na prática os conceitos da bioarquitetura nos permite compreender que a arquitetura não se faz somente do escritório, e que podemos, sim, participar ativamente do processo construtivo”, pondera Fernanda.