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Estamos no mês cujo debate e as ações de prevenção ao suicídio ocupam um lugar de destaque não apenas a nível nacional, mas numa abrangência global. A Campanha Setembro Amarelo, sobre a qual você provavelmente já ouviu falar, seja nas mídias sociais, na escola, no seu local de trabalho, em alguma ação numa praça pública; é amplamente divulgada desde 2013, evidenciando a necessidade de abordar sobre um tema tão importante e que ainda é carregado de tabus.
Mas este também é o mês da inclusão, para tanto designou-se “Setembro Verde”. Muito em breve, vamos nos deparar com o “Outubro Rosa”, grande inspiradora da campanha “Novembro Azul”. Mas não para por aí, o calendário colorido se estende por todos os meses de cada ano, provocando movimentos de equipes de saúde, assistência social, educação, segurança alimentar e outras políticas públicas. É nesse embalo que surgem ações as mais diversas, onde os profissionais se desdobram para cumprir agendas impostas, muitas vezes criadas sem o olhar atento para o território onde atuam; além disso há um compartilhamento de informações não raras vezes fragmentadas, desatualizadas ou que não fazem sentido para quem as recebe. Podemos somar a isso, uma busca frenética na internet por “arquivos modelo”, “pdf’s prontos”, “ações padrão” que em nada ou muito pouco refletem as necessidades das pessoas que participam do que é proposto. Não precisamos de qualquer intervenção, mas aquelas necessárias e que podem fazer a diferença; para as pessoas que utilizam as políticas públicas, para os contextos onde elas residem, para os espaços que elas ocupam, para sua saúde global, etc.
Reconhecer que ações em saúde, bem como em outras áreas podem, em certas situações, fazer mais mal do que bem, ou que o bem e o mal andam juntos e misturados, implica também rever as formas de comunicação e as ofertas para a população.
Repare que o que se discute aqui não é a relevância dos temas que reconhecidamente merecem destaque pelas causas que acolhem, pelos grupos que defendem, pelos indivíduos que apoiam, pela história que representam, pelas barreiras que rompem, pelas transformações que operam, enfim, por tudo que constroem. O que de fato precisa ser revisto, é justamente a fragilidade que permeia as ações que são propostas ou sugeridas em meio às muitas campanhas que se desdobram anualmente. Isto é, esse trabalho exige abordagens mais ricas, portanto menos rasas e estratégias inovadores, portanto, menos convencionais. A essa altura fica evidente a preocupação em construir ações, independente da temática, que realmente insira a população no centro de seus objetivos, preferencialmente a partir de uma escuta de quem vivencia diariamente tais questões. Os impactos esperados pelo desenvolvimento das “campanhas coloridas” certamente serão maiores se conectados com esse direcionamento.
Espero que esses apontamentos que sinalizam para a complexidade envolvida no planejamento de propostas de tais campanhas, muitas vezes realizadas apenas pelo “modismo”, que se encerram num espaço curto de tempo e que se inserem no calendário apenas no limite de um mês e que mantém certa distância da realidade do público alvo, possa ecoar e fazer crescer o contraponto à lógica campanhista histórica arraigada no cenário das políticas públicas brasileiras.
Espero, profundamente que não seja irreversível essa realidade!
Felipe Eduardo Ramos de Carvalho
Psicólogo / Pós-graduado em Saúde Mental / Mestrando em Intervenção Social e Comunitária / Professor da rede Doctum de Ensino / Coordenador do Curso de psicologia na unidade de Caratinga
Estamos no mês cujo debate e as ações de prevenção ao suicídio ocupam um lugar de destaque não apenas a nível nacional, mas numa abrangência global. A Campanha Setembro Amarelo, sobre a qual você provavelmente já ouviu falar, seja nas mídias sociais, na escola, no seu local de trabalho, em alguma ação numa praça pública; é amplamente divulgada desde 2013, evidenciando a necessidade de abordar sobre um tema tão importante e que ainda é carregado de tabus.
Mas este também é o mês da inclusão, para tanto designou-se “Setembro Verde”. Muito em breve, vamos nos deparar com o “Outubro Rosa”, grande inspiradora da campanha “Novembro Azul”. Mas não para por aí, o calendário colorido se estende por todos os meses de cada ano, provocando movimentos de equipes de saúde, assistência social, educação, segurança alimentar e outras políticas públicas. É nesse embalo que surgem ações as mais diversas, onde os profissionais se desdobram para cumprir agendas impostas, muitas vezes criadas sem o olhar atento para o território onde atuam; além disso há um compartilhamento de informações não raras vezes fragmentadas, desatualizadas ou que não fazem sentido para quem as recebe. Podemos somar a isso, uma busca frenética na internet por “arquivos modelo”, “pdf’s prontos”, “ações padrão” que em nada ou muito pouco refletem as necessidades das pessoas que participam do que é proposto. Não precisamos de qualquer intervenção, mas aquelas necessárias e que podem fazer a diferença; para as pessoas que utilizam as políticas públicas, para os contextos onde elas residem, para os espaços que elas ocupam, para sua saúde global, etc.
Reconhecer que ações em saúde, bem como em outras áreas podem, em certas situações, fazer mais mal do que bem, ou que o bem e o mal andam juntos e misturados, implica também rever as formas de comunicação e as ofertas para a população.
Repare que o que se discute aqui não é a relevância dos temas que reconhecidamente merecem destaque pelas causas que acolhem, pelos grupos que defendem, pelos indivíduos que apoiam, pela história que representam, pelas barreiras que rompem, pelas transformações que operam, enfim, por tudo que constroem. O que de fato precisa ser revisto, é justamente a fragilidade que permeia as ações que são propostas ou sugeridas em meio às muitas campanhas que se desdobram anualmente. Isto é, esse trabalho exige abordagens mais ricas, portanto menos rasas e estratégias inovadores, portanto, menos convencionais. A essa altura fica evidente a preocupação em construir ações, independente da temática, que realmente insira a população no centro de seus objetivos, preferencialmente a partir de uma escuta de quem vivencia diariamente tais questões. Os impactos esperados pelo desenvolvimento das “campanhas coloridas” certamente serão maiores se conectados com esse direcionamento.
Espero que esses apontamentos que sinalizam para a complexidade envolvida no planejamento de propostas de tais campanhas, muitas vezes realizadas apenas pelo “modismo”, que se encerram num espaço curto de tempo e que se inserem no calendário apenas no limite de um mês e que mantém certa distância da realidade do público alvo, possa ecoar e fazer crescer o contraponto à lógica campanhista histórica arraigada no cenário das políticas públicas brasileiras.
Espero, profundamente que não seja irreversível essa realidade!
Felipe Eduardo Ramos de Carvalho
Psicólogo / Pós-graduado em Saúde Mental / Mestrando em Intervenção Social e Comunitária / Professor da rede Doctum de Ensino / Coordenador do Curso de psicologia na unidade de Caratinga